sábado, 2 de julho de 2016

Administrando crises / brigas nas viagens...

Fato número 1. Ninguém "viaja para se estressar ou brigar".
Fato número 2. Apesar disso, brigas ou crises podem acontecer a qualquer momento.

Como os viajantes vão encarar essa situação, pode determinar o sucesso ou fracasso da viagem.


Viagens com crianças costumam multiplicar as chances de que exista algum tipo de estresse. Eles podem não ter o entendimento perfeito a respeito da mudança da rotina, o que se espera do comportamento deles, e geralmente possuem uma tolerância menor para aturar vôos atrasados, filas em museus e parques, estranham novos paladares...

Para crianças mais velhas, uma boa conversa antes da data da viagem, costuma render bons resultados.

Vocês podem até marcar uma "reunião familiar" em um restaurante que eles curtam e criar regras. Inclua a criança na elaboração das regras, para que elas se sintam responsáveis. Vocês podem colocar a colaboração de todos em um papel, depois imprimir e carregar durante a viagem.
Expliquem também as consequências de não seguir as regras.

Cumpra com a sua palavra sempre, seja consistente, e pelo amor de Deus, tente não ser chato. A ideia aqui é tentar envolver todos os membros da família na construção de algo que visa o bem de todos.

Exemplos de regras:
- Respeitar o horário combinado para sair do hotel
- Acordar na hora combinada
- Programar um valor diário que pode ser gasto com compras ou atividades
- Não gritar
- todos os familiares terão a chance de fazer algo especial que queiram
- Não implicar
- Não se afastar dos pais sem avisar onde está indo
(Cada família decide quais regras se aplicam para cada caso.)

Resolvi dividir as situações que mais causam estresse e podem desencadear crises em adultos e crianças, separadamente:

Nessa sessão de fotos em Cancun, o reizinho estava super mal-humorado e não queria tirar fotos. sabem o que salvou o dia e a sessão de fotos? Uma mamadeira deliciosa. Sério, a mamadeira foi um divisor de águas! A primeira foto desse post foi feita após a mamadeira!

As crianças tendem a achar que as férias destinam-se unicamente para elas, e quanto mais jovens forem, menos elas compreendem que aquele período de 'descanso' é para todos.
Por isso é importante desde cedo explicar que durante as férias, todos os membros da família precisam ter a chance de fazer algo que gostem. 

Dependendo do destino escolhido, haverá mais ou menos chances de as crianças fazerem algo que as interesse. Tentem colocar diariamente pelo menos uma atração que atraia a faixa etária do seu filho. Isso diminuirá as chances delas ficarem desinteressadas e com tédio. Consequentemente, as birras também diminuirão.

Atentem para o fato de que as crianças se cansam com mais facilidade, embora tenham um nível de energia quase inesgotável. Por isso, regularmente (a cada 2 ou 3 horas), programe pausas para ir ao banheiro (evitando também "acidentes"), fazer um lanche e beber água.

Sair da rotina pode deixar o humor da criança um pouco instável, pois isso implicará que ela não vai se alimentar e dormir nos horários costumeiros. Dentro do que for viável, tente não fugir muito da hora em que ela realiza essas coisas.

Em caso de pirraças, evite deixar que a criança consiga o que quer através de birras. A neurologista do reizinho nos aconselhou a não ceder para não reforçar este comportamento. Eu não acho legal isolar ou ignorar a criança, como alguns livros ensinam. 

Prefiro sair da "cena do crime", acalmar todos os envolvidos e conversar, explicar, e fazer a criança entender que ela está sendo ouvida, porém isso não significa que ela será atendida. Não podemos virar reféns das crianças. Também não podemos nos comportar como ditadores. Esse equilíbrio é difícil e sutil.

Quando a criança adoece numa viagem, respeite a situação. Não a force a ir numa praia em Cancun se ela estiver com febre. Trate-a da mesma forma que você gostaria de ser tratado se estivesse doente. É melhor "perder" um ou dois dias cuidando dela no quarto, do que forçar passeios que só irão retardar a melhora da doença. E que podem até piorar a situação.

Antecipe as crises. Se você já sabe de antemão que seu filho fica mal humorado quando está com fome, não o deixe muito tempo assim. Se seus filhos implicam um com o outro, sentem no meio deles no avião. se as crianças detestam fazer compras, não esqueçam de levar um tablet carregado ou um livro, para que eles se distraiam enquanto vocês compram. A maioria das situações de crise pode ser antecipada e evitada, se vocês tiverem a sensibilidade de fazer uma leitura da criança.


Convenhamos, existem adultos mais difíceis de se lidar do que crianças. Pessoas intransigentes, egoístas, egocêntricas, deviam ser proibidas por lei de viajar com os filhos.

Casais que já não estão com o casamento às mil maravilhas costumam sofrer bastante nas férias em família, pois quando se é obrigado a passar 24 hs por dia juntos, os problemas prévios tomam proporções dantescas. Se quiserem fazer uma viagem para resgatar o romantismo, é melhor viajarem só os dois. (Vários divórcios acontecem após o período de férias, existe uma estatística MUITO alta, mas não me lembro exatamente qual é).

Um dos fatores que mais desestabilizam os adultos nas férias em família, é a divisão desigual de tarefas. Se só um é responsável por arrumar as malas e o quarto, dirigir, pagar as contas, guardar o passaporte, dar banho nas crianças, carregar as malas, tirar as fotografias, guardar (e não perder) os tickets de estacionamento, essa pessoa vai surtar mais cedo ou mais tarde.

Outra grande fonte de problemas é o dinheiro. Cada um quer/pode levar determinada quantia, deseja gastar com coisas diferentes, dá importância diferente a fazer programas caros. Nem vou dar nenhuma dica aqui do quanto separar para cada situação, pois cada família uso o dinheiro da melhor maneira para cada caso. Apenas, combinem antes como será feito para evitar discussões.

Problemas prévios de saúde também são fontes de possíveis crises. Uma pessoa que operou recentemente o joelho ou a coluna, vai sofrer na Disney. Quem tem restrições alimentares sofre em todos os lugares. E assim por diante. Como não podemos fugir dessas pragas, procurem definir o destino de viagem levando sua doença pré-existente em consideração. Preveja o que você conseguirá aguentar ou não.



Dicas Finais:
- Viagem é momento de perdão. Se houver briga, e a pessoa se desculpou contigo, pelo bem de toda a família, esqueça o episódio durante a viagem. Não faça "climão". Não se faça de vítima. Não exagere, releve. Finja que não escutou, que não entendeu.
- Evite assuntos polêmicos. Se você e seu cunhado possuem ideias completamente diferentes acerca de um assunto, certamente a viagem não é a melhor hora de fazer valer seu ponto de vista.
- Evite viajar com familiares com quem você não se dá bem. Não se bica com a sogra? não viaje com ela.

EU viajo com a minha sogra! Eu AMO minha sogra, avó do reizinho!

- Dia das atividades independentes. Considere isso na sua viagem. Um dia para cada um fazer o que quiser. Um dia livre!!! Cada um faz o programa que quer! Tão bom ter essa liberdade! Com adolescentes é uma maravilha, além de ser um exercício de responsabilidade.

- Seja o adulto da situação. sem maiores explicações aqui.

- Reveja a situação de estresse com a criança, depois que a poeira baixar. Não significa dar sermão ou guardar rancor, mas conversar com ela sobre o que desencadeou a crise, pensar juntos no que a criança poderia ter feito naquele momento. Isso amadurece.

- Frases salvadoras de viagem:
"O que eu posso fazer para tornar esse dia melhor para você?"
"Eu estava errado."
"Me desculpe! De coração."
"Não estou dando conta sozinho, você pode me ajudar?"
"Preciso ficar sozinho alguns minutos."
"Quer chocolate ?"
"Eu pago/ eu faço / eu dirijo / eu te ajudo /eu encontro / eu conserto ... para você".

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